quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Água do Catu só abastece Aquiraz até Novembro.

            Sem receber água do sistema Catu-Cinzenta, a previsão é que a lagoa só possa ser utilizada até novembro para abastecer Aquiraz. 


Após três anos de chuvas insuficientes no Ceará, as grandes lagoas da Região Metropolitana de Fortaleza também sofrem com a falta de recarga e as perdas para a evaporação. Em Aquiraz, as águas da Lagoa do Catu voltaram a diminuir desde o fim de maio. Menos movimento entre banhistas e risco para o abastecimento da sede de Aquiraz. Segundo a Prefeitura, a lagoa deve suportar a retirada de água até novembro.

Em setembro de 2013, a Lagoa do Catu ainda recebia água do reservatório Catu-Cinzenta, no distrito de Justiniano de Serpa. Há um ano, ele estava com 27% da capacidade. O suficiente para que uma comporta aberta levasse água à lagoa. Com volume atual de 17%, a água nem consegue passar pela comporta, ainda que estivesse aberta. 




E a lagoa segue abastecendo a sede de Aquiraz e o distrito de Tapera, mesmo sem chuvas ou o reforço do Catu-Cinzenta. No sistema da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), foram cerca de 3,4 milhões de litros captados por dia no mês de julho. A lagoa não suporta até novembro, segundo diagnóstico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão do Ceará (Ematerce) repassado à Prefeitura de Aquiraz. Pelo histórico do clima cearense, os meses com mais chances de precipitação compreendem a quadra entre fevereiro e maio.

Sem o abastecimento, a alternativa da gestão deve ser ampliar o socorro à população com carros-pipa, perfuração de poços e instalações de chafarizes e caixas d’água, informou a Secretaria da Agricultura, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Pesca (Seamp). A pasta não soube precisar o volume atual de água na lagoa. A Cagece informa que uma adutora de 18 quilômetros está em fase de conclusão para interligar Aquiraz ao macrossistema do Gavião.

O caseiro Aldeci Pereira trabalha em uma casa próxima à Lagoa do Catu desde o início do ano. Conta que chegou em fevereiro e viu uma quantidade ainda menor de água do que a atual. Volume melhorado com as chuvas deste ano. Mas Francisco Carlos de Souza, caseiro que trabalha por lá há sete anos, diz que quando a lagoa está cheia, a água cobre todos os degraus da escada construída atrás da casa que fica sob os seus cuidados. Hoje, a estrutura está descoberta e ainda há muita areia a se caminhar após a descida.

Ele conta que as lanchas exploram apenas as águas próximas à ponte, onde a lagoa não está tão rasa. Do lado oposto, dunas e barracas concentram o movimento de banhistas e esportistas. Por ali, uma das atrações é o tobogã conhecido como “insano natural”, com a rápida descida do alto das dunas. Segundo Francisco, as visitas de turistas diminuíram e ficam quase restritas aos fins de semana. “A água aqui foi sumindo muito rápido. Foi sendo tirada para Aquiraz e até um resort que fica aqui perto”.

A permissão para retirada de água foi cortada ainda em novembro do ano passado. Por determinação judicial, um hotel e dois empreendimentos imobiliários da região tiveram outorgas de uso suspensas. De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a captação de água na lagoa permanece restrita ao abastecimento humano.

O que a Prefeitura tem feito

Desde janeiro, a Prefeitura de Aquiraz fez a perfuração de 30 poços, dos quais dez ainda aguardam a instalação de chafarizes. Enquanto os sistemas não chegam às comunidades, foram colocadas caixas d’água de 7,5 mil litros ao lado de cada poço para que as pessoas possam ter acesso à água. A gestão também busca construir chafarizes em nove poços antigos sem instalação.

O município aguarda hoje uma visita de técnicos da Defesa Civil do Estado para que se apresente a necessidade por carros-pipa. Atualmente, são quatro carros-pipa custeados pela prefeitura atendendo as localidades rurais.
Fonte: O Povo.

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