Entre os mais de 144 milhões de eleitores brasileiros que votarão em outubro, 52% são mulheres. No entanto, apenas 31,18% das candidaturas aos cargos de prefeito, vice e vereador são femininas o que significa que o percentual fica dentro da lei, que exige um mínimo de 30% de candidaturas femininas.
Nas eleições deste ano, 52 municípios brasileiros têm somente mulheres como candidatas a prefeitura –o dado foi obtido com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em levantamento realizado em meados de agosto. A equidade de gênero ainda está longe de ser alcançada: 3.815 dos 5.570 municípios têm apenas homens concorrendo, o que equivale a 68% do total.
Atualmente, as mulheres ocupam 10% das prefeituras e representam 12% dos vereadores nas câmaras municipais.
O país, segundo a socióloga e fundadora do Instituto Patrícia Galvão, Fátima Pacheco Jordão, está à frente apenas do Haiti no continente. Ela aponta que cerca de 70% das cidades brasileiras sequer têm mulheres concorrendo à prefeitura.
“A legislação impõe ao menos 30% de candidaturas, mas não conseguimos conquistar nem os 30% de mulheres eleitas, muito menos os 51% que seriam o ideal e correspondem à proporcionalidade da mulher na sociedade brasileira”, afirma a geógrafa Rosa Estes Rossini, professora da USP (Universidade de São Paulo) que chama a atenção para a desproporção entre o número e a população do país.
Nem o PMB, Partido da Mulher Brasileira, alcança o percentual de candidaturas equivalente ao da população: a sigla tem 43% de mulheres concorrendo nesse pleito.
“Elas têm bons cargos no plano dos diretórios, mas quando se elegem para o Executivo são fortemente barradas por acordos das forças partidárias que são masculinas, patriarcais, machistas e desatualizadas”, afirma Jordão. “Os partidos chegam ao limite legal e me pergunto se o total dessas mulheres candidatas são de fato competitivas ou estão ali só como laranjas.”
Com Agência Patrícia Galvão
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