O candidato a governador do Ceará, para emplacar uma postulação competitiva nas eleições deste ano, deverá reunir recursos de pelo menos R$ 40 milhões, considerando a prestação de contas da última campanha no Estado, o aumento de inflação no período e prováveis despesas não declaradas, ainda recorrentes no período eleitoral. Para pleitear o Senado Federal, os custos podem se aproximar dos R$ 10 milhões.
Faltando 50 dias para a oficialização das candidaturas, alguns partidos afirmam que o maior financiador dos nomes que disputarão cargos majoritários - Governo do Estado e Senado - será o diretório nacional. Outros alegam que farão uma campanha modesta e não sabem quem pagará a conta.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador Cid Gomes (PROS) declarou despesas de quase R$ 29 milhões em 2010, quando se reelegeu. Corrigido pela inflação e contando com prováveis gastos não declarados, a conta pode chegar a R$ 40 milhões. Já Marcos Cals - que disputava pelo PSDB, mas hoje é filiado ao Solidariedade - alega ter desembolsado R$ 12 milhões. Lúcio Alcântara (PR), que também postulava a cadeira do Executivo, informou gastos de R$ 3 milhões. Os três candidatos a governador do Ceará mais votados gastaram, juntos, oficialmente R$ 44 milhões.
Ocultas
Em Fortaleza, na eleição para prefeito de 2012, os valores não foram tímidos. O candidato mais votado, Roberto Cláudio (PROS), encaminhou ao TSE prestação de contas de R$ 18,5 milhões, sendo R$ 10 milhões bancados pelo diretório estadual do antigo partido do prefeito, o PSB. Essas verbas são chamadas de doações ocultas, porque podem conter repasses indiretos de pessoas físicas e jurídicas ao postulante, intermediados pelas agremiações.
A campanha do segundo postulante a receber mais votos na Capital cearense, o petista Elmano de Freitas, foi orçada em pouco mais de R$ 9 milhões. Parte considerável dos recursos, quase R$ 7 milhões, foi financiada pelo diretório nacional do PT.
O senador Eunício Oliveira, pré-candidato do PMDB ao Governo do Estado nas eleições de outubro deste ano, afirma que a campanha majoritária deve ser custeada pela representação nacional da sigla. "Como o PMDB nacional entendeu que alguns estados eram prioritários e incluiu o Ceará como prioridade, há um compromisso partidário de dar atenção especial para ajudar a campanha", justifica.
O peemedebista informa que a legenda não detalhou as cifras a serem doadas, mas acrescenta que tentará captar recursos. "Ainda não sei (quanto o partido doará). Obviamente que se pode verificar que na campanha para governador passada houve captação. Isso só se define depois da candidatura efetivada", pontua.
O presidente estadual do PR, Lúcio Alcântara, diz que a legenda não planejou as despesas da possível candidatura de Roberto Pessoa, ex-prefeito de Maracanaú e ex-deputado estadual e federal, ao Executivo cearense. "Isso vai ter que ser de doações, não sei exatamente. Tem que fazer um orçamento mínimo com gastos de programa de TV, marketing, publicidade. Não discutimos nada", admite. O presidente do PR acrescenta que a verba inicial deve ser bancada por Roberto Pessoa, mas adianta que o valor é baixo.
FONTE:DN