Cristiane Coelho se tornou suspeita em potencial depois que o marido, Francilewdo Bezerra, acordou do coma e confrontou em depoimento a versão da esposa.
Cristiane Coelho é considerada suspeita de matar o filho envenenado (FOTO: Reprodução/Facebook)
A esposa do subtenente suspeita de matar o filho de 9 anos envenenado contratou um dos juristas mais conhecidos do Ceará para defendê-la. Paulo Quezado, famoso no estado por advogar casos polêmicos, confirmou aoTribuna do Ceará que assumirá a defesa de Cristiane Coelho. Segundo disse, ele já conversou com o delegado Wilder Brito, do 16º Distrito Policial, responsável pela investigação. “Estabeleci um pequeno diálogo. Receberei o inquérito na terça-feira”.
Paulo Quezado já representou mais de 700 processos na Justiça Estadual, dentre eles o caso da bailarina que foi assassinada na Avenida Beira-Mar, em 1993; do ex-capitão da Polícia Militar acusado de matar dois irmãos; e do advogado que matou um comerciante no Bairro Aldeota.
No Caso Subtenente, Cristiane se tornou suspeita em potencial depois que o marido, Francilewdo Bezerra, confrontou em depoimento a versão exposta pela esposa. A reviravolta na investigação ocorreu após exame descartar a possibilidade de que o menino Lewdo Ricardo Coelho tivesse sido morto por alta dosagem de clonazepam, tranquilizante tarja preta. Ao contrário do que a mãe havia informado, o garoto ingeriu veneno para ratos (chumbinho).
Semanas depois, o militar negou – em depoimento – ter participado da morte do filho mais velho. Sobre as publicações nas redes sociais, o subtenente revelou que a esposa tinha acesso ao seu Facebook e monitorava o perfil constantemente. “O subtenente disse que ela tinha a senha e postava no Facebook dele. Cai por terra algumas informações que ela deu em depoimento”, declarou Wilder Brito.
Cirurgia
Enquanto isso, Francilewdo Bezerra segue internado em apartamento no Hospital Geral do Exército, em Fortaleza. Ele passará por uma cirurgia para retirar a sonda da colostomia e os resídios do ‘chumbinho’ do corpo. Segundo o advogado do militar, Walmir Medeiros, os médicos ainda estão analisando quando será realizada a cirurgia.
Logo que a equipe decidir dar a alta médica do subtenente, o delegado Wilder Brito fará uma acareação. Será a primeira vez em que a mãe e o pai de Lewdo ficarão frente a frente após o incidente, para que sejam esclarecidas as divergências encontradas em suas declarações à polícia. “A versão de cada um será confrontada”, disse.
Prisão revogada
A prisão preventiva de Francilewdo foi revogada na quarta-feira (3). Ele estava preso desde 11 de novembro. A decisão foi proferida pela juíza Christianne Braga Magalhães Sobral, da 3ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. O subtenente comemorou a revogação. “Apesar dos guardas aqui fazendo a segurança, eles nunca me trataram como prisioneiro, mas você se sente privado daquilo que você quer fazer, andar e tal. Me senti muito feliz porque a Justiça está entendendo que eu sou inocente. Eu não fiz nada contra meu filho, nem contra minha família, muito menos contra a minha ex-esposa”.