As chuvas registradas nos meses de janeiro e fevereiro proporcionaram um aporte 135,8 milhões de m³ de água nos reservatórios do Ceará. Contudo, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) informou que as chuvas ainda não estão direcionadas para os principais açudes do estado, como Orós, Banabuiú e Castanhão.
Açude Castanhão, o maior do estado
A Funceme prevê que as chuvas continuarão no estado em março, principalmente na primeira quinzena do mês. Para Raul Fritz, as precipitações superaram as expectativas do órgão, mas ainda não foram suficientes para impactar no fim da seca."Ainda não está caindo chuva de forma ideal nos locais que abastecem os principais açudes. O aporte foi pequeno para esses grandes reservatórios, mas já era previsto pela Funceme que essas regiões poderiam ter dificuldade de recarga hídrica até o final da estação. Essa possibilidade de um aporte hídrico pequeno é sinal de grande preocupação", explicou o meteorologista Raul Fritz.
“O mês de fevereiro superou um pouco nossas expectativas, pois tivemos chuvas 33% acima da média do mês, o que representou uma surpresa agradável. No geral, foram chuvas localizadas e rápidas. Mas em determinados instantes tivemos coberturas maiores em termos de área territorial. Ainda é um pouco cedo para isso [fim da seca], pois estamos no início do período chuvoso principal, mas já é um passo importante”, disse o meteorologista.
Chuvas acima da média
A média histórica de chuvas para fevereiro é de 118,6 milímetros, mas em 2017 o volume observado foi de 158,7 milímetros, cerca de 33,8% superior ao observado para o mês na série histórica, de acordo com a Funceme. Mesmo com as chuvas, o volume dos açudes está com 6,5% da capacidade total.
Conforme o monitoramento, foi o maior volume desde 2011- quando choveu 169,6 milímetros no estado - e quase o triplo que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 53,2 milímetros foram observados. Além disso, desde 2012 o estado não ultrapassava a média histórica prevista para o mês.
Açudes
Os 153 açudes monitorados pela Cogerh apresentam volume de 1,21 bilhão de m³, o que representa 6,51% da capacidade total de armazenamento. Ainda assim, o estado permanece com 51 reservatórios em volume morto e 32 completamente secos. Outros 134 açudes cearense estão com volume abaixo de 30%. No Ceará, apenas o açude Caldeirão, no município de Saboeiro, atingiu a capacidade máxima de armazenamento.
O “gigante” Castanhão, responsável por abastecer toda a Região Metropolitana de Fortaleza, está com apenas 5,14% da capacidade de abastecimento. Em 2017, o Castanhão teve aporte de 22 milhões de m³. Nos últimos sete dias, o aporte foi de 8,5 milhões de m³ e, apenas nesta terça-feira, a recarga foi de 1,62 milhões de m³.
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