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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Menino de 12 anos teria hackeado aulas online para expor fragilidades de TI da escola, diz Polícia

 Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) investiga um menino de 12 anos suspeito de hackear aulas online de uma escola particular de Fortaleza. O adolescente afirmou aos policiais que queria mostrar para a escola que a rede de tecnologia utilizada tinha falhas. 



Legenda: O caso foi investigado pelo 5° Distrito Policial. O adolescente utilizou um celular para invadir a transmissão e compartilhar conteúdo pornográfico e dados
Foto: Wânyffer Monteiro/SVM.

De acordo com o delegado Valdir Passos, titular do 5º Distrito Policial, na Parangaba, o adolescente confessou a invasão e disse que agiu sozinho, com os conhecimentos que adquiriu em cursos pela internet. A motivação, segundo o garoto, foi por ele estar entendiado das aulas on-line, além disso, "queria receber os créditos, como um hacker que conseguiu invadir o colégio e para mostrar para a escola que a TI tinha diversas falhas, que ele conseguiu furar", declarou o delegado.

De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil nesta segunda-feira (14), o adolescente invadiu a transmissão da aula de sua turma, do 7° ano, divulgou dados dos colegas de sala e compartilhou conteúdo pornográfico.

O garoto invadiu as transmissões duas vezes, no inicío do mês, segundo o delegado. Na primeira ocorrência, ele mudou as fotos de perfis dos usuários para imagens pornográficas. Na segunda invasão, três dias depois, ele divulgou os logins, senhas e endereços residenciais dos alunos, e também compartilhou imagens pornográficas. 

"O invasor usou algumas frases em inglês, ameaçando as pessoas que estavam ali. Dizendo que ninguém estava acreditando nele, e ele ia mostrar que havia uma insegurança naquela sala", explica Passos. O caso foi notificado para a Polícia após a segunda invasão, e começaram as investigações.

Os policiais identificaram o IP do usuário invasor, a rede de internet e o aparelho celular utilizado, além do endereço residencial. Todas as informações estavam no nome do pai do adolescente, e os policiais tiveram apoio da escola para identificar se o homem tinha filhos estudando na escola. O pai, inicialmente, chegou a ser suspeito já que a rede invasora e computador usado estavam no nome dele.

Pais não acreditaram

A polícia foi até a casa da família e, de início, os pais não acreditaram que o filho poderia ser o autor da invasão, explica o delegado. "Segundo os pais, o filho sequer teria conhecimento técnico para agir aquela maneira. A gente vê que, às vezes, nem o próprio pai ou mãe sabe do que o filho é capaz", afirma.

A Delegacia da Criança e do Adolescente será responsável pelo inquérito. Como não houve flagrante, o adolescente não foi apreendido. Ele pode responder por crime análogo à divulgação de contéudo pornográfico para vulneráveis. 

Crimes cibernéticos

O delegado Passos afirma que os policiais levaram cerca de 20 dias para identificar o suspeito. O 5° DP tem um núcleo próprio para crimes cibernéticos, que utiliza ferramentas próprias da Polícia Civil durante as investigações. 

"Não existe crime perfeito nem na internet. A gente tem ferramentas, meios, que a gente utiliza sem precisar recorrer à Justiça. Quandos os meios que dsponibilizamos se esgotam, a gente ainda tem apoio do judiciário", afirma.

Fonte. Dn.