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terça-feira, 20 de abril de 2021

Zezé Di Camargo e Luciano comentam os 30 anos da dupla e o futuro: ‘Estou namorando mais; vou reduzir o trabalho’, afirma Zezé

 


Sem fazer shows há mais de um ano por causa da pandemia da Covid (“Em fevereiro de 2020, tínhamos 60 apresentações agendadas para até junho, mas foram canceladas”, conta Zezé), Luciano, de 48, permanece em sua casa em São Paulo, com a mulher, Flávia Fonseca, de 41, e as filhas gêmeas do casal, Isabella e Helena, de 11. Já o irmão mais velho, de 58, isolou-se com Graciele Lacerda, de 40, em sua fazenda a 250km de Goiânia (GO), que leva o nome do seu primeiro e maior sucesso: “É o amor”. Lá, pôde acompanhar os últimos meses de vida do homem que apostou todas as suas fichas (de orelhão), naquele 1991, e distribuiu aos colegas para que ligassem pedindo a música dos filhos nas rádios. Seu Francisco partiu em novembro passado, aos 83 anos, deixando um legado de amor a Mirosmar José e Welson David, que o Brasil hoje aclama como Zezé Di Camargo e Luciano. Os dois conversaram com o Sessão Extra por telefone, pontuando fatos e momentos marcantes dessa trajetória de três décadas.

Projetos solo

Zezé: “Improvisei um estúdio aqui na fazenda. Tirei tudo de dentro de um antigo escritório, trouxe equipamento de gravação, computador com sistema Pro Tools. Para uma boa acústica, peguei uns colchões de quartos de hóspedes, empilhei um em cima do outro e fiz uma casinha para eu cantar lá dentro. Os playbacks com os arranjos prontos, eu recebo de vários parceiros espalhados pelo Brasil, e coloco voz aqui. Já gravei 14 músicas inéditas. Tenho um CD pronto, só meu. Também vou gravar, até o fim do ano, um DVD chamado ‘Zezé Di Camargo rústico na fazenda’, com sertanejo estilo anos 90, bem ao gosto do meu pai. É tudo pensando nele. Aqui era o lugar dele, em que mais amava ficar. Além disso, estamos gravando aqui na fazenda uma série para a Netflix, eu e minha filha Wanessa. Tivemos que parar por causa da pandemia, mas é possível que voltemos a gravar em maio. A fazenda É o Amor virou um Projac, com 80 pessoas e três carretas de equipamentos. O projeto é bonito, chama-se ‘É o amor de pai e filha’. Querem contar a história do meu pai comigo e de mim com minha filha, comparando as nossas vidas, as infâncias, os ensinamentos, as dificuldades... Tudo roteirizado. Vai ser lançada em 200 países, até o fim deste ano ainda”

Futuro na música

Zezé: “Pra mim, essa parada (durante a pandemia) fez um bem danado. Descansei a minha voz, estou cantando como há 20 anos, gravando músicas inéditas no meu tempo, do jeito que eu quero, vivendo próximo das pessoas que eu amo, namorando muito mais. De repente, comecei a enxergar que a vida é muito simples, muito fácil, a gente é que complica. Vou reduzir minha carga de trabalho, mas não parar de cantar. Pra mim, é essencial, é a lavagem da alma. Estar no palco e cantar é um orgasmo que dura duas horas”.

Luciano: “Com 30 anos de carreira, não viso mais prêmios, visibilidade. O que restou em mim foi o que mais importa: a vontade de continuar cantando”.