A situação enfrentada por quem trabalha ou reside próximo à Avenida Litorânea, na orla da praia do Icaraí, é cada vez mais preocupante em virtude do constante avanço do mar. Com o passar dos anos, as fortes ondas, que já destruíram barracas de praia, chegam agora bem próximo às áreas residenciais, fato que levou o município de Caucaia a solicitar estado de emergência.
O pedido será encaminhado ao Ministério da Integração Nacional, que tem um prazo de dez dias para homologar ou rejeitar a solicitação. O objetivo, com isso, é angariar recursos com o governo federal, que serão destinados a ações emergenciais e ações a médio e longo prazo para a resolução do problema.
De acordo com o vice-prefeito de Caucaia, Paulo Guerra, a situação na praia do Icaraí vem se agravando com as últimas ressacas do mar, e em virtude do tombamento do muro de contenção do tipo "Bag Wall", construído no local em 2010.
A estrutura de 1.420 metros, orçada em mais de R$ 8 milhões, não suportou a força da água do mar e tombou em uma área de 400 metros em um trecho da avenida.
"A questão foi levada ao Ministério Público Federal, que solicitou ao município que apresentasse alternativas técnicas para se adaptar a essa situação. O paredão não suportou a violência das ressacas agravadas pelo fenômeno de "swell" e a avaliação da engenharia de meio ambiente e ratificada pelo Defesa Civil é que seria necessário decretar estado de emergência", explica. Segundo diz, após o reconhecimento, serão iniciadas as ações emergências, que consistem na urbanização da área litorânea, a reconstrução do trecho do muro de contenção, e o aterramento de 50 a 100 metros de praia, a exemplo da medida realizada na Praia de Iracema.
Fonte; DN
Em Aquiraz, a Praia do Iguape tem enfrentado igual problema, nos últimos anos, com prejuízos enormes para barraqueiros e pescadores.
Em Aquiraz, nos anos recentes a fúria do mar destruiu calçadão, derrubou postes de iluminação pública e deixou a praia sem espaço para embarcações pesqueiras de pequeno porte. Os donos de comércios nas margens do mar temem também ter imóveis destruídos.
Sem espaço para embarcação, os pescadores dizem que terão prejuízo ao aportarem, já que terão de fazer uma viagem mais longa para descarregar o pescado. “Vou perder produção porque aqui não tem como para botar para cima”, diz o pescador José Elismar Lopes.
Parte das barracas que vendem na beira da praia também está fechada por conta da destruição da maré, e os comerciantes reclamam de prejuízo.
O oceanógrafo Fábio Perdigão diz que há solução para evitar esse tipo de prejuízo. “A solução que tem sido aplicada com muito sucesso aqui no nosso litoral são construção de pequenos espigões e aterro na praia. Outras coisa podem ser feitas: programa de gestão costeira integrada é fundamental, ou seja, como o litoral pode ser ocupado e de que forma pode ser feito”, afirma Perdigão.
O Prefeito Guimarães vem tentando de todas as formas possíveis dar apoio aos prejudicados, através de reuniões com a Comunidade, visando amenizar os impactos socioeconômicos de tais ações incontroláveis da natureza.