Os veículos são estimados em torno de dez. A maioria com mais de cinco anos de uso, contrariando a lei que determina que o transporte de passageiros deve ser feito por carros com até cinco anos. Também não contam com seguro contra terceiros e, mesmo sendo autuados vez ou outra pelo Detran, continuam atuando na linha que liga Aquiraz, Porto das Dunas e Fortaleza. O presidente da Associação dos Moradores do Porto das Dunas, Ronaldo Adriano Mendes, disse que não foi o primeiro a reclamar da precariedade e a vulnerabilidade desses meios de transportes. No entanto, a ênfase que tem dado para coibir que vidas sejam perdidas fez com que recebesse ameaças anônimas, ordenando que pare com as denúncias para não “sofrer com as consequências’’.
Segundo ele, o autor da chamada pode ser, provavelmente, um dos dez proprietários de veículos que agem de forma irregular. “Foi uma tentativa de intimidação e o que aconteceu pode até ser uma morte anunciada”, afirmou Ronaldo.
Abusiva
Contudo, ele ressaltou que não vai parar de denunciar a prática abusiva que vem sendo exercida por um alguns condutores, que ousam enfrentar a lei. Ele lembra que a ameaça surgiu tão logo quatro veículos foram apreendidos num blitz realizada pelo Detran.
“Esses motoristas não param para os idosos. Deixam os veículos ficarem superlotados e são extremamente grosseiros quando escutam qualquer reclamação”, contou Ronaldo.
O presidente da Cooperativa dos Transportes Alternativos de Aquiraz (Cootaq), Antônio Soares Filho, é solidário às queixas de Ronaldo. Ele afirma que a concorrência é desleal com aqueles que contam com a permissão do Detran, mas prestam um desserviço para a comunidade local.
Ele diz que o problema dos carros “piratas” não é uma exclusividade do Aquiraz, mas encontrou naquele Município um extenso nicho, em vista da deficiência do transporte coletivo e mais por contar com uma grande demanda de usuário.
Soares afirma que os carros são velhos e não contam com o seguro contra terceiros, o que é uma obrigação para aqueles que estão atuando no sistema de transporte coletivo.
O assessor de imprensa do Detran, Paulo Ernesto Serpa, informou que o órgão vem mantendo blitze sistemática naquela área para inibir o chamado “transporte pirata”. No entanto, salientou que a equipe é limitada em termos de recursos humanos, o que não permite que esteja a todo momento por ocasião dos deslocamentos desses veículos. Quando são verificados os flagrantes, os carros ficam apreendidos.
Paulo Ernesto disse que está marcada uma nova licitação para veículos alternativos na Região Metropolitana, no começo do próximo ano. Com isso, acredita que as irregularidades ora existentes deverão ser prontamente inibidas.
FONTE: DN
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