Pela terceira vez, o município de Aquiraz recebe o Festival Sete Sóis Sete Luas, na sua 19ª edição. O evento promove o encontro dos pandeiros brasileiro e italiano, e das sanfonas cearense e do País Basco
Mais uma vez, a Música do Mediterrâneo se encontra em Aquiraz, município distante cerca de 25km de Fortaleza. O Festival Sete Sóis Sete Luas retorna ao litoral, reunindo sons de diversos lugares em torno da busca por difundir uma identidade musical pouco explorada. "Uma das nossas propostas é, de certa forma, romper com o domínio Anglo-Saxônico", afirma o diretor Marco Abbondanza.
A 19ª edição do Sete Sóis Sete Luas teve início em junho deste ano e já percorreu Portugal, Itália, França, Espanha, Marrocos, Cabo Verde e agora chega ao Brasil. E para conferi-lo, os brasileiros e estrangeiros vão precisar ir a Aquiraz, já que o Ceará foi o único lugar do País a receber o festival itinerante.
Atrações
Buscando uma interação de sons para além da barreira do idioma, o evento traz: a banda Kamafei, de Salento, na Itália, que desde 2005 participa do festival, difundindo a folclórica "Taranta", música italiana de ritmo vibrante e dançante, cuja base é produzida por um pandeiro. A "Taranta" era frequentemente executada por camponeses italianos que acreditavam nas propriedades curativas da dança, que ajudava o corpo a expelir o veneno de picadas de aranha.
Também valendo-se das marcações do pandeiro, a cantora e atriz cearense Fabíola Líper faz um passeio pelas "divas" do samba brasileiro, executando do samba de breque ao Choro.
Do País Basco, o festival traz a alegria do acordeão diatônico tocado por Agus Barandiaran, componente da banda Korrontzi. Nascido em 2004, o grupo já participa do Sete Sóis Sete Luas há três anos, representando a mistura das tradições sonoras do País Basco.
E, finalmente de volta ao Ceará, a tradição local da sanfona troca figurinhas com o fole basco nas mãos da dupla Ítalo e Renno. Representantes da nova geração de músicos da terrinha, os músicos vieram da formação clássica do piano e posteriormente do acordeão.
Os cearenses executam eficientemente diversos gêneros musicais (jazz, frevo, chorinho e música erudita) à serviço de uma roupagem criativa ao forró tradicional.
Intercâmbio
A vinda do festival, que acontece neste fim de semana, foi fruto de uma parceria de três anos entre a organização e a ONG Tapera das Artes, dirigida por Ritelza Cabral.
Fundada em 1983 por Ritelza, a ONG atende atualmente a mais de 700 crianças e jovens, oferecendo cursos de sanfona, violão, flauta e violino; grupo de teatro; além de um Núcleo de Animação, Ciência e Tecnologia. Em 2010, após muitos anos de expectativa, a instituição conseguiu inaugurar seu teatro, estreado com o Festival Sete Sóis Sete Luas do ano passado.
Amanhã, além dos artistas anunciados, apresenta-se ainda a Orquestra de Violão da Tapera das Artes, que contará com intervenções do grupo de teatro da associação. Fortalecendo o intercâmbio na instituição, na manhã do domingo, a partir das 10h, os músicos estrangeiros visitam a Tapera das Artes e participam de um encontro com os alunos.
Fim de semana
19/11
20h - Abertura oficial com a Orquestra de Violões Tapera das Artes. Local: Teatro Tapera das Artes
21h - Grupo Kamafei (Salento, Itália)
22h30 - Fabíola Líper
20/11
10h - Encontro dos músicos internacionais com artistas locais e alunos da Tapera das Artes
19h - Espetáculo de dança - Cia. Cordapes. Local: Palco Oi (Complexo Tapera das Artes)
20h - Crupo internacional Korrontzi
21h30 - Italo e Renno
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