A operação cumpriu, ainda, 18 mandados de busca em apreensão, em locais onde as fraudes teriam acontecido.
Uma operação do Ministério Público do Estado (MPE) com o apoio das polícias Civil e Militar foi deflagrada ontem, em Maracanaú, com o objetivo de desarticular supostos esquemas de fraudes em licitação, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, e associação criminosa. Até ontem, 10 pessoas haviam sido presas e outras cinco eram consideradas foragidas, entre elas o vice-prefeito e secretário de Infraestrutura de Maracanaú, Carlos Eduardo Bandeira de Melo, apontado pelo MP, como chefe das células criminosas.
Na tarde de ontem, representantes do Ministério Público e delegados da Polícia Civil apresentaram os resultados da operação realizada em Maracanaú. Quinze mandados de prisão temporárias foram expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Maracanaú contra autoridades, empresários e também funcionários públicos.
Além das ordens de prisão, outros 27 mandados de busca e apreensão foram autorizados pela Justiça, destes, 18 foram cumpridos. Conforme dados da Polícia Civil, das 15 pessoas que deveriam estar presas, cinco não foram encontradas. O delegado Harley Alencar declarou que 155 policiais foram mobilizados para agir simultaneamente nos locais determinados.
Os participantes da operação saíram da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e depois de cumprir os mandados, voltaram para lá para que o material apreendido fosse registrado e as pessoas capturadas fossem autuadas.
Conforme o delegado Fernando Menezes, da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol), Edson Pereira de Sousa, Elaine Cristina da Costa Mota, Egídio Cordeiro de Abreu Filho, Frederico Pinheiro Magalhães, Jairo Fontenele Marques Filho, Rafael Freitas Reis de Melo, José Pereira Nunes Filho, Marcos Barbosa da Silva, Marcos Henrique Bandeira de Melo, Antônio Alves da Cruz, estão presos nos xadrezes da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap).
Foragidos
Continuam na condição de foragidos, o vice-prefeito e secretário de Infraestrutura de Maracanaú, Carlos Eduardo Bandeira de Melo, Rynara Ferreira Ramiro, Alisson Deon Cordeiro Câmara, Maria Patrícia Lopes dos Santos, Lívia Julyana Gomes Vasconcelos. Além destas pessoas, outras estão sendo investigadas, mas não tiveram mandados de prisão expedidos contra elas.
"Foram pedidas prisões para quem estava praticando crimes agora, ou para quem estava tentando obstruir as investigações", afirmou o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPE, Manoel Epaminondas
Segundo o promotor, dois procedimentos investigatórios estão sendo analisados. "Eram duas células criminosas, cujo núcleo era a Secretaria de Infraestrutura de Maracanaú. Os autos do processo apontam o vice-prefeito como a pessoa central dos dois", destacou.
Conforme informações do representante do MPE, a empresa Cacique Construções e Serviços Ambientais Ltda, teria sido criada com o intuito de participar de licitações do Município. "De 2007 a 2011, a Cacique venceu 11 licitações e recebeu do Município R$ 4.709.344,92. Um detalhe importante é que ela só venceu licitações em Maracanaú, em nenhum outro Município", disse Epaminondas.
Em 2009, por conta de investigações, a empresa teria participado com menos frequência dos procedimentos e a empresa Alves Oliveira Construções LTDA teria passado a ganhar as licitações, de acordo com o MPE. "A Alves Oliveira, venceu sete licitações de 2009 a 2013, e recebeu R$ 6.150.358,94. A sede da empresa é na casa de um sócio, que é mestre de obras. Até dezembro, nem placas tinha", disse.
O segundo procedimento investiga uma situação semelhante, mas desta vez, as empresas envolvidas são a R. Schuch Construções LTDA e a J. Filho Construções LTDA. "Foi basicamente a mesma coisa. De 2007 a 2011, a R. Schuch recebeu R$ 23.838.594,41, depois foi substituída pela J. Filho que de 2011 a 2013 recebeu R$ 12.452.296,02, em oito licitações", disse o promotor de Maracanaú, Haley de Carvalho Filho.
Sigilos bancários e telefônicos de alguns envolvidos foram quebrados. Para Manoel Epaminondas, a fraude aconteceu desde a origem dos procedimentos licitatórios.
FONTE: DN
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