SEGURANÇA ALIMENTAR
Verificar a procedência da refeição pode evitar contaminações; alimentos leves facilitam a digestão
Se a ordem é não deixar o samba morrer, a festa não pode acabar. Afinal, para muitas pessoas, Carnaval é rua, multidão, alegria dia e noite. O problema é que, entre os tantos batuques que ditam o ritmo da celebração, muitas vezes não sobra tempo para se alimentar corretamente. No lugar das refeições de todo dia, os foliões optam pelos espetinhos, salgados, pastéis, cachorros-quentes, lanches naturais, milho cozido, acarajés. Seja na barraca mais próxima ou pelas mãos do vendedor ambulante, ao aliar praticidade e preços acessíveis, vale quase tudo para matar a fome e continuar a diversão. É importante, contudo, estar atento à procedência do que se come na rua durante o período. Refeições rápidas podem significar riscos invisíveis à saúde.
Assim, alguns cuidados são fundamentais para garantir a segurança do alimento e evitar contaminações. A redação web do Diário do Nordeste separou algumas dicas para que os foliões se alimentem bem sem deixar de aproveitar cada instante da programação da festa.
1. Observar onde os alimentos são guardados
Ao comer na rua, o primeiro ponto a ser observado, segundo a nutricionista e professora do curso de Nutrição da Unifor, Christiane Zanella, diz respeito aos recipientes onde o alimento está guardado. É verão e, no Carnaval, os alimentos ficam expostos ao calor por tempos ainda maiores que o recomendável. Deixá-los em temperatura ambiente por mais de duas horas pode contribuir para a proliferação de bactérias e influenciar uma intoxicação alimentar.
“Normalmente, essa alimentação é rica em proteína, por isso é necessário ter uma preocupação com a temperatura em que os alimentos estão sendo conservados. O ideal é que haja um localrefrigerado para guardá-los”, acrescenta.
2. Atentar-se para a higiene de quem prepara a refeição
Outro ponto levantado por ela é a higiene do manipulador. “Como é um alimento pronto para o consumo, ele sai dali direto para a boca do consumidor. Por isso, a pessoa precisa estar usandoluvas bem higienizadas e procurar estar sempre com um touca no cabelo. Além dessas precauções, quem manipula o alimento não deve ser a mesma pessoa que recebe o dinheiro. Evitar conversar perto da comida também é uma boa dica para evitar qualquer contaminação pela saliva”, indica a nutricionista.
3. Alimentos com maior teor de água devem ser prioridade
Apesar de importantes, as boas práticas por quem está manipulando o alimento não são suficientes para garantir uma alimentação saudável ao folião. Também é importante conhecer osnutrientes de cada refeição. “O folião deve evitar alimentos ricos em gordura, a exemplo dos fritos e empadinhas que oferecem mais resistência à digestão, e priorizar aqueles com maior teor de água, como uma salada de frutas ou um sanduíche feito de pão mais natural, pois o organismo os digere com mais facilidade”, recomenda Zanella.
4. Hidratar-se sempre
Durante o Carnaval, a hidratação, por sua vez, deve ser intensificada. “Os foliões brincam bastante e perdem muito suor nessa brincadeira. Um bebida muito adequada é a água de coco, porque propicia inclusive a reposição de minerais”.
E, no caso de algum imprevisto de saúde nos dias de folia, o ideal é se cuidar o quanto antes. “Ao ter uma infecção que gere diarreia, por exemplo, o folião deve se hidratar bem, procurar um médico e comer alimentos leves. Frutas e saladas são boas indicações”, destaca a professora.
5. Destilados ou não?
Quando o assunto é o que beber, a professora do curso de Nutrição da Unifor esclarece que as bebidas alcoólicas destiladas são mais concentradas e, por isso, mais calóricas. “Mas, vale lembrar que, cada mililitro de bebida alcoólica tem sete calorias. Independentemente de ser destilada ou não, a concentração de álcool é a mesma”, salienta.
6. Não preocupar-se em colocar a “operação carnaval” a perder
De fato, para muita gente, Carnaval é coisa séria. No embalo das dietas e dos treinos nas academias, a preparação em busca do corpo que satisfaça começa meses antes da festa. Christiane Zanella ressalta, no entanto, que nesse período os excessos são quase inevitáveis. “É difícil manter o exercício físico e a dieta. No Carnaval, você vai estar suscetível à bebida que não estava antes, o horário de sono também vai ser alterado por conta da folia. Já que você se preparou para esse momento, a dica é aproveitá-lo e depois voltar à rotina”.
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