sexta-feira, 21 de junho de 2013

FINANCIAL TIMES DIZ QUE A FANTASIA BRASILEIRA ACABOU

Jornal BRitânico faz análise  do que está por trás das manifestações no brasil

Os protestos vistos nos últimos dias no Brasil são resultado de um problema maior que o aumento de R$ 0,20 nas tarifas do transporte público. Essa é a opinião do jornal britânico Financial Times. Em editorial de ontem, a publicação diz que o quadro "sugere que o modelo brasileiro pode ter atingido o limite". Ao citar que há desconexão entre a realidade e o Brasil "vendido pelo governo", o influente jornal diz que o quadro pode revelar que "a fantasia brasileira acabou".

Após a crescente cobertura jornalística dos protestos populares nas cidades brasileiras, o FT publicou editorial na edição de hoje em que afirma que "a revolução nacional pelos 20 centavos mostra que a fantasia acabou". "Embora tenham sido provocados pelo aumento nas tarifas de ônibus, os protestos não são, no fundo, sobre questões econômicas: renda e emprego continuam altos.

Nem sobre questões políticas, uma versão tropical da primavera árabe ou dos protestos turcos: a presidente Dilma Rousseff permanece popular, por agora", diz o texto.

"Ao contrário, eles foram formados a partir de um movimento social sem liderança, alimentado pelo Twitter e Facebook, e que expressa um conjunto difuso de injustiças, da corrupção e do dinheiro público mal gasto ao custo de vida. Isso também está em sintonia com a preocupação do investidor mais atento: a que sugere que o modelo brasileiro pode ter atingido o seu limite", diz o editorial.

Boom econômico

O texto lembra que o Brasil "desfrutou de uma corrida espetacular de dez anos de crescimento graças ao boom das commodities e da injeção de esteroides, como o crédito ao consumidor". "Algumas das 30 milhões de pessoas que deixaram a pobreza podem, como resultado, comprar bens de consumo como nunca antes. Mas as mudanças sociais não acompanharam as demandas dessa, ainda que precária, classe média.

O resultado é uma desconexão entre o velho Brasil que brasileiros dizem que está para trás e o glorioso Brasil novo em que os governantes dizem que a população vive".

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