quarta-feira, 28 de maio de 2014

Aquiraz está entre os municípios mais afetados pela destruição da restinga no País.



O Ceará é o primeiro no ranking nacional quanto ao desmatamento da restinga. A vegetação é encontrada no litoral




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A restinga é definida como terreno arenoso e salino, perto do mar e coberto de plantas herbáceas características. Está presente em quase toda a costa cearense
No intervalo de um ano, o Ceará perdeu 494 hectares (ha) de mata atlântica, mais especificamente do ecossistema associado restinga, encontrado em áreas litorâneas, de acordo com estudos realizados pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os municípios mais afetados do Estado foram Trairi, Amontada e Aquiraz, com 259 ha, 71 ha e 57 ha de supressão respectivamente, considerado o maior índice de desmatamento em todo o Brasil.
"Existem algumas hipóteses para o desmatamento, mas acredito que os grandes problemas são a especulação imobiliária e o crescimento da Região Metropolitana de Fortaleza", relata o professor do Doutorado em Geografia Física - Mudanças Ambientais, Jeovah Meireles.
A restinga é definida como um terreno arenoso e salino, perto do mar e coberto de plantas herbáceas características. Possui influência marítima ou de fluvio-marinha, e é possível encontrá-la em quase toda parte da costa cearense.
O professor explica que a eliminação da vegetação traz danos para a população e para a biodiversidade do local. "Poderá ocorrer a salinização de lençóis freáticos, o que acarreta na extinção de lagos. As aves também sofreram com a perda de área, assim como as zonas de recargas dos aquíferos. Além disso, a perda da restinga provoca erosão no solo, danos na paisagem litorânea a médio e longo prazo".
A restinga é um ecossistema associado à mata atlântica e também é protegido pela Lei nº 11.428, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do bioma mata atlântica em todo o território nacional.
"A restinga é extremamente importante, enquadra-se como patrimônio nacional. Tem muita riqueza em termos de diversidade e fisionomia do ecossistemas, ela garante o equilíbrio ambiental", explica Márcia Hirota, diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.
Ela também afirma que os estudos divulgados ontem desconhecem as causas do desmatamento, mas, no próximo semestre, serão levantados os motivos que causaram essa situação. "Precisamos saber qual foi a finalidade do desmatamento e ter conhecimento de quais foram as áreas devastadas".
Ainda segundo Hiroto, é quase impossível recuperar os locais afetados pelo problema, a melhor solução a se tomar é manter as zonas restantes e as preservar.
Fonte:DN

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