As mais de 35 mil unidades habitacionais que estão sendo construídas no Ceará por meio do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) deverão ser entregues com um atraso médio de, no mínimo, seis meses. A lentidão nas obras é reflexo da falta de pagamento do governo federal às empresas que executam os serviços, um problema observado em todo o Brasil. No Estado, há 26 construtoras à espera de uma dívida estimada entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões.
"Todas as obras no Ceará vão atrasar em pelo menos seis meses. A nossa insegurança está muito grande, porque o governo ainda não regularizou os pagamentos. Existem atrasos que chegam a 60 e até 90 dias. Mas a média fica entre 30 e 45 dias", afirma o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro.
Prejuízos crescem
De acordo com ele, os prejuízos nos canteiros de obras do MCMV só aumentam, levando as empresas a demitir mais trabalhadores da construção civil, problema que começou ainda em setembro de 2014. Até o último mês de março, cerca de 3.500 operários haviam sido dispensados, quantidade que já foi superada em abril e nos primeiros dias de maio.
"Não quero ser leviano e chutar um novo número, pois não tenho os dados atualizados. Mas posso falar, com certeza, que cresceu. Sem pagamento, não há como manter o pessoal necessário para tocar os serviços em um bom ritmo. Por causa dessa grave situação, as obras do programa estão praticamente paradas no Ceará", acrescenta Montenegro.
Outras cidades
Além de Fortaleza e cidades da região metropolitana, também recebem empreendimentos do MCMV municípios como Quixadá, Quixeramobim, Crato, Camocim, Juazeiro do Norte, Barbalha e Sobral. O presidente do Sinduscon-CE revela que, por várias vezes, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil tiveram de ajustar os cronogramas das obras devido à redução no ritmo dos serviços.
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