Ministério Público rebate acusações do político
FOTO: Viviane Pinheiro
O prefeito afastado de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSD), e seu vice-prefeito, Tarso Borges, se defenderam nesta quarta-feira (10) na Assembleia Legislativa, da ação que tramita na Justiça, que os afastou por suspeita de desvio de recursos de dinheiro público. Além deles, foram afastados o procurador-geral do Município, Ricardo Alexander Cavalcante e mais 23 pessoas, entre elas, todos os secretários municipais, todos os membros da comissão de licitação, presidente da Autarquia de Trânsito e outros gestores.
Pimenta afirmou ser vítima de uma "perseguição política" e declarou que tudo foi um grande "equívoco", pois, com exceção de duas licitações, todas as outras, das quais supostamente o dinheiro teria sido desvidado, ainda não foram concluídas.
Até terça-feira o Ministério Público do Ceará (MPCE), havia informado que 30% dos documentos que foram apreciados verificavam fraudes licitatórias da ordem de R$ 5.848.335,67. Além do imediato afastamento de todos os requeridos pelo prazo de 180 dias, a Justiça também deferiu várias medidas liminares, tais como, a expedição dos mandados de busca e apreensão, a indisponibilidade dos bens dos envolvidos e quebra dos sigilos bancário e fiscal.
Prefeito afastado nega desvio de dinheiro
O político também disse em sua defesa que não houve desvio do dinheiro público, pois dos R$ 6 milhões que o Ministério Público alega terem sido desviados em licitações, somente R$ 20 mil já teriam sido pagos pela prefeitura, em apenas duas licitações. Cirilo Pimenta explicou que uma delas, no valor de R$ 6 mil, foi feita para o aluguel de um galpão para armazenar o milho da Conab que é distribuído entre os pecuaristas da cidade. Já a outra, teria a ordem de R$ 14 mil para contratação de quatro advogados, por um período de 10 meses, pois Quixeramobim não tem defensor público.
Conforme o prefeito afastado, o total de licitações em andamento soma R$ 4 milhões. "Se você pegar o dinheiro do FPM não dá os R$ 6 milhões que eles dizem que está sendo desvidado".
Pimenta classificou a operação como um prejuízo 'pior do que a seca' para cidade. "Porque para tudo, para todas as licitações. Daqui a pouco, vai faltar merenda escolar e remédio no hospital", argumentou. O político informou que entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Ceará recorrendo da decisão. "Tenho certeza absoluta que serei absolvido, porque tenho consciência plena da minha inocência".
MP rebate Pimenta e considera "repugnante e inverídica" declaração do político
Em nota, o Ministério Público do Ceará rebateu as declarações prestadas por Cirilo Pimenta. Conforme o órgão, "é absolutamente repugnante e inverídica a afirmação de que a atuação ministerial se deu em virtude de "perseguição política."
De acordo com MPCE, a "Operação Quixeramobim Limpo II" aconteceu após sucessivas decisões judiciais proferidas pelos dois juízes da comarca de Quixeramobim em virtude de atos investigatórios realizados pelo Ministério Público. "A acusação de perseguição política põe em xeque a lisura e a independência dos juízes e promotores envolvidos, o que não se concebe", classificou.
O órgão também afirmou que os investigados não foram acusados de desvios de R$ 6 milhões, mas, que, as investigações apontam fraudes e crimes diversos (formação de quadrilha, falsidade ideológica, etc) em processos licitatórios que o montante gira em torno de R$ 6 milhões.
FONTE: DN
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